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Apostando em Santana: Jory Oeiras articula comando do Patriotas e pode enfrentar Davi Alcolumbre para o Senado

O deputado estadual Jory Oeiras, que está no seu segundo mandato, deve assumir o comando do partido Patriotas no Amapá. Jory que possui domicílio eleitoral em Santana, foi o deputado santanenses mais votado na última eleição para a Assembleia Legislativa.

O parlamentar também saiu fortalecido com o resultado eleitoral das eleições 2020, quando se tornou um dos principais articuladores e apoiadores das vitórias de Bala Rocha (PP) em Santana, garantindo inclusive legenda para o atual prefeito e a eleição do prefeito de Macapá, Antônio Furlan (Cidadania), sendo um dos poucos deputados estaduais que apostaram em sua campanha desde o 1º turno.

Nos bastidores, Jory tem articulado uma frente de apoio ao pré-candidato ao governo Jaime Nunes. Em Santana, Jaime também conta com o apoio do ex-prefeito Ofirney Sadala (Avante).

Mas a novidade que pode surgir do município portuário é a possibilidade de Jory Oeiras disputar o Senado em 2022 contra o todo poderoso Davi Alcolumbre, batizado de "chefão" pelo opositor Gilvam Borges e o candidato a ser batido pelo grupo denominado "harmonia" que conta com o apoio de Waldez Góes, Clécio Luís e a maioria de prefeitos, deputados estaduais, federais e vereadores.

Segundo noticiou, o jornalista Seles Nafes em sua coluna esta semana, Jory Oeiras articula o comando do partido Patriotas 51 no Amapá. O Patriotas chegou a ter um nome foi nas eleições de 2018, quando o então Promotor Moisés tentou surfar com a onda do lavajatismo, mas acabou abatido em pleno vôo, após uma Operação da Polícia Federal com uma prisão que até hoje não foi bem explicada, já que foi na contramão da presunção da inocência e do Estado de Direito. Não se sabe se foi arapuca de adversários, mas o promotor Moisés morreu e até hoje não sabemos o desfecho do caso.

Empecilho partidário

O empecilho para Jory disputar a cadeira de Senado que já tem como pré-candidatos o ex-senador João Capiberibe, Cirilo (Podemos), seria uma legenda e a formatação de alianças que garantissem um pequeno tempo de TV e espaço para participação nos debates nos principais meios de comunicação. Por ter assento no Congresso Nacional, o Patriotas garante o que é necessário para iniciar uma longa e espinhosa caminhada. Enfrentar Alcolumbre que conta com todo um aparato de uma oligarquia que domina vários meios de comunicação do estado, não seria fácil, por isso os passos e as mexidas no tabuleiro político devem ser feitas de forma cautelosa.

Caso Jory Oeiras realmente decida se lançar candidato ao Senado, poderá fazer uma casadinha e um palanque municipal com Jaime Nunes, o que é bom para ambos do ponto de vista da estratégia eleitoral de arrebanhar eleitores do 2º maior colégio eleitoral que tem sido decisivo nas últimas eleições de governo e Senado.

Quem ganha com um nome de Santana é Jaime Nunes, que fortalece seu palanque com um aliado de primeira hora no segundo maior colégio eleitoral. Mas quem mais perde é Alcolumbre, pois terá mais uma pedra pelo meio do caminho e não contará com a unanimidade e pode enfrentar em Santana um nome forte que pode despertar o sentimento do eleitor pelo “orgulho de ser santanense”.

Davi já possui dois enormes pedregulhos em Macapá com os nomes de Capi e Cirilo, que apesar de derrotados na disputa pela PMM, saíram fortalecidos e estão com os nomes “fresquinhos” na memória dos eleitores amapaenses, já que a disputa na capital tem projeção estadual por conta da campanha na TV.

A possível candidatura de Jory pode forçar uma polarização local com Davi, já que o sentimento dos eleitores santanenses é sempre votar em quem é do município para cargos estratégicos. Foi assim em 2018, quando a maioria da cidade optou em votar em Bala Rocha na segunda opção para o Senado.

O nome de Davi Alcolumbre que detém enorme rejeição, já não é visto com bons olhos pelos santanenses, que ainda lembram dos últimos episódios envolvendo o senador, quando abandonou a candidatura da professora Zilma Balieiro na disputa pela Prefeitura. A pecha de "traíra" ainda é muito forte na boca do povão.

Além disso, Davi e Clécio foram os principais articuladores e responsáveis por Santana perder quase R$ 100 milhões da emenda de bancada para pavimentar o município. Esse debate foi ressuscitado com a mudança paraquedista e oportunista de Clécio para o município. Os eleitores mais "bairristas" não engoliram os golpes da dupla contra a cidade e o debate vai incendiar com o a chegada do período eleitoral.

Independentemente do resultado das urnas, Jory Oeiras que até outro dia era considerado do baixo clero e não era levado a sério pelo “chefão” da harmonia, agora poderá dar dor de cabeça junto com Capi e Cirilo, pois a desidratação de votos do eleitor de centro e direita pode favorecer adversários de Alcolumbre na reta final.

No pior dos cenários, os três aliados de Furlan podem se juntar na reta final pelo voto últil para defenestrar Davi Alcolumbre do Senadco. Jory Oeiras que ainda tem muito chão pela frente, pode sair fortalecido de 2022 como uma nova liderança santanense no cenário estadual.

Tudo vai depender dele mesmo, pois o próprio é o seu maior inimigo, já que o medo de ousar e dar um passo à frente é seu maior empecilho quando se quer alçar novos voos na política. Não existe inimigo que não possa ser derrotado e as lições das últimas eleições no Amapá estão aí para serem registradas nos anais da História.




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