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Clécio em Laranjal, intensifica agenda de pré-campanha para estancar possível desidratação ao ficar fora do poder

Periscópio do Poder / Por Heverson Castro

O ex-prefeito Clécio Luís (sem partido), intensifica agenda no Vale do Jari, que engloba os municípios de Laranjal do Jari e Vitória do Jari, onde tenta ampliar sua imagem que é pouco conhecida no interior, já que por oito anos se dedicou exclusivamente ao município de Macapá.

O objetivo é ficar próximo da população e vender a imagem de popularidade em alta, apesar de uma pequena desidratação eleitoral, principalmente diante da possibilidade da entrada do senador Randolfe Rodrigues (Rede) no cenário de disputa para o governo do Amapá em 2022, algo que ainda é incerto na avaliação de quem transita nos bastidores do poder, mas que muda todo o cenário e pode prejudicar Clécio Luís, que era visto como o principal nome para o governo e o favorito em diversas pesquisas de consumo dos partidos.

Clécio estava nadando de braçada e diante da ausência de um candidato com perfil de esquerda e progressista, o ex-prefeito era a única opção para eleitores que votam em Lula, Ciro Gomes e no campo progressista. O aliado de Alcolumbre também transita em setores da centro-direita e tem simpatia de parte do eleitorado bolsonarista, já que fica em cima do muro quando o assunto é política nacional, apesar de sua origem ser na esquerda, Clécio não tece comentários sobre os problemas econômicos e sociais, mesmo com uma grave crise nacional e embate entre os poderes. Nem mesmo se pocionar em defesa da democracia que seria algo natural em outros tempos, o ex-prefeito tem feito.

Assessores mais próximos teriam alertado para o fato de que Randolfe é o nome com mais relação íntima com os setores do eleitorado progressista. Daí a importância da andança pelo interior para tentar conter uma possível desidratação, o que é natural após ficar fora do poder e também com novos atores em cena.

O objetivo é tentar ampliar a base para o centro do espectro político. Eleitores de centro podem oscilar tanto para a esquerda como a para a centro-direita, dependendo do momento político. Clécio sabe que deve perder apoio de setores e eleitores mais ideológicos, principalmente por conta da sua relação de dependência com o senador Davi Alcolumbre, que será o principal fiador e articulador de estrutura e partidos para o seu palanque de 2022.

Clécio é lotado no Senado como assessor de Alcolumbre e vem sendo criticado por não dar expediente e o povo não ter clareza de qual a sua função no mandato. O ex-prefeito que é professor concursado pelo GEA, também optou por não retornar para a sala de aula, priorizando tocar a agenda política à disposição de Davi e com ajuda de Waldez ao ficar à disposição apenas para fazer política.

Nove meses depois de largar o poder e não conseguir fazer seu sucessor, o pré-candidato ao governo, realiza caravana pelos municípios, tendo passado alguns meses em Santana, onde morou temporariamente. Agora o virtual candidato ao governo pretende intensificar o corpo a corpo com eleitores da periferia para chegar em 2022 sem depender de outras variantes, o que de certa forma lhe coloca em vantagem em relação aos outros adversários, que ficam presos em agendas institucionais e políticas fora de uma agenda de pré-campanha.

Randolfe Rodrigues mesmo ocupadíssimo em Brasília onde foca nas atividades da CPI do Covid, larga com uma certa vantagem em relação ao vice-governador Jaime Nunes, pois a visibilidade nacional e os holofotes da mídia, sempre lhe colocam vivo em qualquer cenário de disputa política para 2022. A super exposição desagrada bolsonaristas, mas desperta a paixão de opositores do presidente Bolsonaro e de setores da esquerda, que pressionam para que ele seja candidato ao governo, liderando uma frente ampla de esquerda com Rede, PSB, PT e partidos do centro. 

Já Jaime Nunes aparenta ter colocado o pé no acelarador. Por ser um político com relações empresarias, fica muito em cima do muro e não se posiciona publicamente como alguém que fez ruptura com o governador Waldez Góes. Ombreado em Furlan, Jaime aparenta ter saído de cena estrategicamente, ainda não sabe o motivo, mas a sua agenda pública como pré-candidato se restringe aos bastidores do poder e pouca ação pública no meio do povão.

Até então, Clécio larga na frente com uma pequena vantagem. Resta saber se na fábula da vida real e do cenário político, o ex-prefeito será uma lebre que vence a corrida até o final sem cansar ou será superado por alguma tartaruga, que sem pressa para vencer uma disputa, chega com força e consolidado na porta da urna em 2022. Nem sempre quem larga na frente, vence uma eleição, mas a vantagem sempre é um diferencial. Por vezes quem tá atrás, acaba superando quem larga na frente.

Este é o grande dilema que será decidido pelo povo amapaense em 2022. Até agora temos como principais nomes Clécio, Randolfe e Jaime, que devem figurar como principais protagonistas do embate político pelo governo, mas novos atores podem entrar em cena e embaralhar o cenário.




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