Crise política e isolamento

Furlan tenta se distanciar do bolsonarismo e busca aproximação com Lula via Alckmin, arquiteta golpe nos Capiberibe e tomar o PSB para as eleições de 2026

Furlan tenta se distanciar do bolsonarismo e busca aproximação com Lula via Alckmin, arquiteta golpe nos Capiberibe e tomar o PSB para as eleições de 2026 Cras eget sem nec dui volutpat ultrices.

Isolado e pressionado, prefeito Antônio Furlan busca aproximação com Lula via Alckmin para tentar sobreviver politicamente em 2026

Em cenário político adverso, o prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), esteve recentemente em Brasília para uma reunião estratégica com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). O encontro, aparentemente institucional, teve na verdade forte tom político-eleitoral. Furlan, que enfrenta um desgaste crescente e isolamento político local, busca construir uma nova ponte com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mirando as eleições de 2026.

Tentativa de reaproximação com Lula

A movimentação do prefeito marca uma guinada política. Ex-apoiador de Jair Bolsonaro, Furlan agora tenta se aproximar de Lula, a quem criticou nas eleições anteriores. A virada ocorre em meio a sucessivos escândalos em sua gestão, como o rombo na Macapá Previdência, que resultou na perda do CRP (Certificado de Regularidade Previdenciária), a Operação Paroxismo da Polícia Federal, além do colapso recente no transporte coletivo da capital, que deixou milhares de trabalhadores sem ônibus.

PSB na mira: golpe político contra os Capiberibe

Furlan tenta tomar o comando da futura federação PSB-Cidadania no Amapá, com apoio nacional. Hoje no MDB, onde não detém o controle partidário — o diretório municipal está nas mãos do deputado federal Acácio Favacho — Furlan tenta ocupar um novo espaço. O objetivo é tomar o PSB, controlado no estado pela tradicional família Capiberibe, liderada pelo ex-senador João Capiberibe, ex-governador Camilo Capiberibe e a ex-deputada Janete Capiberibe.

A movimentação seria uma tentativa de impedir que os Capiberibe lancem João Capiberibe ao Senado em 2026, o que poderia ameaçar a possível candidatura da esposa de Furlan, Raíssa Furlan, ao mesmo cargo. O PSB, hoje alinhado ao governador Clécio Luís (Solidariedade), estaria sendo alvo de uma manobra para se transformar numa legenda de aluguel que garanta palanque a Furlan.

Isolamento e tentativa de sobrevivência

Antônio Furlan tenta, portanto, recompor sua base, evitar o colapso político e buscar legenda viável para disputar em 2026, possivelmente o governo do estado ou apoiar sua esposa para o Senado. Para isso, tenta derrubar os Capiberibe no PSB, tomar o controle da federação com o Cidadania e se realinhar com Lula — a quem antes ignorava, inclusive ausentando-se de agendas presidenciais no Amapá. Hoje, diante da força política de Lula, da alta aprovação de Clécio Luís e do enfraquecimento de sua gestão, Furlan vê em Alckmin a única porta para não ser atropelado politicamente nas urnas em 2026.

Politicamente, Furlan está isolado. Não conta com apoio da bancada federal (com exceção de Vinícius Gurgel, do PL) e rompeu com antigos aliados, como o próprio PSB, de quem retirou espaço na prefeitura após as eleições de 2024. Enquanto isso, o governador Clécio Luís desponta como favorito à reeleição com apoio de Lula, do presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil), do senador Randolfe Rodrigues (sem partido) e dos sete deputados federais da bancada amapaense.

Além disso, Clécio aparece bem avaliado em pesquisas recentes do Instituto F5, com 78,4% de aprovação da sua gestão. O governo Lula também mantém bom desempenho no estado, com 53,2% de aprovação pessoal, o que tem incentivado Furlan a tentar uma reaproximação com o Planalto.

Alianças com Sarney, Barbalho e interesses no petróleo

A aproximação de Furlan com o ex-presidente José Sarney, cacique do MDB nacional, e com o grupo do governador Helder Barbalho (PA), revela outra dimensão estratégica: o controle da pauta do petróleo na costa do Amapá. O prefeito estaria buscando entregar influência sobre essa pauta energética ao grupo do MDB, retirando protagonismo de lideranças locais e se colocando como interlocutor regional da legenda.

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