Apesar da alta aprovação do governo Clécio Luís — que alcança 78,4% segundo a última pesquisa do Instituto F5 —, cresce entre aliados e parlamentares a insatisfação com a condução da articulação política do Executivo. O foco das críticas é o secretário de Mobilização e Articulação Política, Djalma do Espírito Santo, acusado de não cumprir com eficiência o papel de elo entre o governo, o Legislativo e outros setores estratégicos da sociedade.
Deputados estaduais e integrantes da base aliada apontam que Djalma tem se afastado da função central do cargo, priorizando articulações internas e interesses pessoais. Segundo relatos, o secretário dedica mais tempo à disputa por cargos e ao atendimento de um grupo restrito de aliados do que ao diálogo com parlamentares, lideranças partidárias e imprensa.
Uma das críticas mais recorrentes é a falta de diálogo e escuta com a base. O deputado Júnior Favacho (MDB) já usou a tribuna da Assembleia Legislativa para denunciar a dificuldade de interlocução com o secretário, classificando sua atuação como prejudicial à governabilidade e à fluidez do relacionamento entre o governo e o Parlamento.
Além disso, lideranças políticas apontam falhas na relação com a imprensa, especialmente com veículos que pautam de forma propositiva a gestão estadual. O distanciamento de Djalma da mídia é considerado um erro estratégico, que fragiliza a comunicação institucional do governo.
Nos bastidores, Djalma já é chamado de “âncora política” do governo Clécio — numa metáfora que o compara ao equipamento de um navio, que ao ser lançado ao mar, impede que a embarcação avance. A imagem resume a percepção de que sua permanência à frente da articulação política tem travado avanços importantes e dificultado a expansão da base de apoio ao governador.