O Ministério Público do Amapá (MP-AP) foi atacado por aliados do governo Clécio Luís, após fazer uma recomendação ao Governo do Estado para que não use recursos da Educação no Réveillon de Macapá.
Em entrevista no rádio, o vereador suplente Pedro Da Lua, aliado do governo, afirmou que o MP se pauta por uma fakenews. O suplente de vereador que assumiu o mandato, após uma articulação política que envolveu Clécio e o senador Davi Alcolumbre, fiador de um acordo de bastidores, deixou a entender que MP estaria se pautando por uma fakenews e uma suposta máquia do ódio.
O jornalista Fernando França, que faz parte da linha de frente de defesa do governador Clécio, em seu programa de rádio, também cutucou o Ministério Público.
A recomendação do MP foi feita após denúncias de que o governo estaria planejando usar recursos da Educação para bancar shows e atrações do Réveillon. O MP argumentou que o uso desses recursos seria ilegal, pois a Educação é um direito fundamental e não pode ser desviado para outros fins.
Após a recomendação do MP, o governo do Amapá informou que não vai usar recursos da Educação no Réveillon. Chegou inclusive soltar Nota à imprensa. “Os investimentos na Cantata Natalina estavam previstos em contrato celebrado ainda em 2020 pela Seed, que vem sendo utilizado há 3 anos para a realização de vários eventos, a exemplo do Aulões do Enem, Feiras de Ciência, encontros pedagógicos, desfiles de 7 e 13 de Setembro e não somente para Cantatas”.
A marca da corrupção
As denúncias de corrupção no governo Clécio Luís não são novidade. Em outubro, dois empresários denunciaram cobrança de propina para a ocupação de espaços 52ª Expofeira do Amapá.
Um dos empresários, Ronald Oliveira, dono da Alpha Leds Mídia, apresentou denúncia formal ao Ministério Público Federal sobre o caso. Ele diz que procurou alugar um espaço para camarotes e uma boate na feira e que foi orientado por integrantes do governo do Amapá a conversar com o advogado Moisés Alcolumbre, primo do senador Davi Alcolumbre.
Além dos 15 mil reais cobrados oficialmente para a Associação dos Músicos do Amapá, Ronald alega ter sido obrigado a pagar 80 mil reais “por fora” para o advogado.
Outro empresário, que não quis se identificar, disse que também foi cobrado propina para a ocupação de um espaço na feira. Ele afirma que foi orientado a pagar 60.000 reais para que sua esposa conquistasse o título de “rainha da expofeira”.